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terça-feira, 6 de março de 2012

Yoga não é postura física, mas auto-conhecimento

Estou querendo muito praticar Yoga. Buscar o equilibrio e o auto-conhecimento. Muito procurando sobre o assunto achei uma coluna bem legal sobre Yoga e espiritualidade no Bolsa de Mulher escrito pelo Leandro Castello Branco (coordenador do Saraswati Studio de Yoga no Rio de Janeiro).

Segue a baixo o texto "Yoga não é postura física, mas auto-conhecimento".



"Outro dia escrevi uma reflexão sobre os avanços tecnológicos e a vida que fica cada vez mais corrida. Até que ponto as descobertas da medicina e da ciência podem nos acrescentar algo, de fato?

Os Vedas, as escrituras que fundamentam as práticas espirituais da Índia, incluindo o Yoga, são datados de milhares de anos atrás. Entretanto, o conhecimento contido ali está mais atual do que nunca. Desde as épocas antigas, em que o ser humano ainda morava perto do chão, ainda comia coisas que tinham no máximo quatro sílabas, dormia quando sentia sono e acordava quando devia, a humanidade percorreu um longo caminho. E não necessariamente para melhor.

Nos vemos hoje, em pleno século 21, com o mundo ao alcance de um clique do mouse, a medicina avançadíssima e vendo cada vez mais pessoas ultrapassarem a casa dos 100 anos com facilidade. Os olhos da ciência estão cada vez mais afiados e com eles enxergamos tanto a mais ínfima das partículas, quanto os confins do universo. A coisa chegou a tal ponto que espera-se dentro de poucos anos a descoberta da tal “partícula de Deus” (que fundamenta toda a matéria) e também a resposta para a criação do universo.

Se você descrever o nosso mundo assim para alguém de fora, parece que tudo vai às mil maravilhas. Mas, sabemos que não é assim.

Alguma coisa está faltando. Apesar dessa conexão tão próxima entre as pessoas do mundo, nunca nos sentimos tão sozinhos e essa sensação de individualidade e isolamento nos deixa entorpecidos para o sofrimento alheio. Passamos os séculos numa “evolução” que buscava ganhos materiais, esperando que esse ganho pudesse apaziguar uma carência interna, sempre presente. E agora, com o mundo aos nossos pés, nos damos conta de que nada disso é suficiente. Enxergamos as coisas mais minúsculas que um átomo, mas não podemos enxergar verdadeiramente a nós mesmos. E é aí que os Vedas mostram a sua importância atemporal. Porque eles falam sobre nós, sobre a razão pela qual sofremos e sobre o fato dessa dor, apesar de real, ter uma causa ilegítima.

Os Vedas falam sobre um ser humano cuja natureza é livre de limitações, completa, e, por isso mesmo, feliz. Falam sobre como ignoramos essa natureza e como, cegos, vagamos pelo mundo tentando achar a nós mesmos. Eles falam da impossibilidade de qualquer coisa poder preencher essa sensação de vazio, pois é da natureza dos objetos materiais serem passageiros. Tudo que é ganho, pode ser perdido. Mas, acima de tudo, os Vedas falam para lembrar ao ser humano que a sensação de individualidade e isolamento é falsa. Uma onda, por maior e mais forte que seja, não está separada do oceano. Nós somos um com toda a Criação e para redescobrir isso, devemos olhar para dentro e não para fora. Ao nos vermos separados, nós criamos nosso próprio sofrimento.

O estudo que leva à compreensão sobre quem nós realmente somos, devido à não-identificação com o corpo, a mente, os sentimentos e as emoções, é chamado Vedanta. O fruto desse estudo é a capacidade de viver satisfeitos com quem somos, da maneira que nós somos e ganhar a clareza para viver no mundo apreciando o que ele é, de fato – um fluxo do qual fazemos parte.

Que assim possamos ser como a folha que cai em um rio e não se debate contra a força das águas. Reconhecendo o poder da corrente, fluímos com ela para onde quer que ela nos leve."



Um comentário:

  1. Disseminadora, se está querendo muito, vá logo! Comecei há 5 meses atrás, e meu arrependimento é de não ter começado antes, rsrs. Realmente é ótimo para o corpo e mente, e simplesmente eu me apaixonei pela prática... não, é amor mesmo!!! rs
    Bjssss

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